Lembra do post sobre revólver e pistola, no qual eu mencionei que existem vários mitos sobre balística?
Pois é, muitos desses mitos são tão populares, que até mesmo pessoas com mais experiência com armas de fogo acabam acreditando em alguns deles.
Por isso é importante compartilharmos informações corretas sobre o assunto, e é o que eu vou tentar fazer em uma série de postagens aqui.
A primeira informação é que, geralmente, um tiro não pára imediatamente uma pessoa. Ou seja, NEM SEMPRE UM TIRO RESOLVE!
Grande parcela da culpa de acreditarmos na frase “um tiro resolve” é da indústria cinematográfica (filme, novelas, séries etc).
Na televisão, não importa onde o tiro pegue, a pessoa apaga/morre imediatamente. É como se fosse mágica!
Porém, a realidade é muito diferente. Quando falamos em armas de fogo para defesa, o que buscamos sempre é a incapacitação do agressor. O que se busca não é a morte dele, embora isso possa ocorrer.
Obviamente, exitem hipóteses em que um disparo é suficiente para cessar uma agressão, quando ocorre a chamada “incapacitação imediata”.
Mas isso depende de uma localização exata do disparo, que acerte estruturas específicas do sistema nervoso central. Nestes casos, o ponto de impacto (alvo) é muito pequeno, o que dificulta muito ser acertado em uma situação de combate.
Por outro lado, temos a “incapacitação rápida”, que mesmo chamada de rápida, pode demorar vários segundos ou até minutos. Essa incapacitação decorre pela perda excessiva de sangue, ao se atingir vasos calibrosos e/ou determinados órgãos.
O problema, justamente, é:
– O quê o agressor pode fazer nesse tempo entre ser atingido e cessar a agressão?
– Quantos golpes de faca ele ainda pode desferir?
– Quantos tiros ele ainda pode efetuar contra a vítima?
É exatamente por isso que vários disparos não afastam, necessariamente, a legítima defesa, pois acabam sendo necessários para cessar a injusta agressão.
O assunto é bem complexo. Tentei resumir muito para caber nesse post. Qualquer dúvida, perguntem e debatam nos comentários.